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22 de fevereiro de 2024

Reaquecimento e resiliência: o que esperar das fusões e aquisições no BR em 2024

Em meio aos desafios que moldaram o cenário econômico brasileiro atual, o mercado de fusões e aquisições (M&A) emerge com uma força resiliente e a expectativa sólida de aceleração e crescimento promissores em comparação com os últimos anos. A primeira grande operação, entre Arezzo (BVMF:ARZZ3) e o Grupo Soma (BVMF:SOMA3), já dá indícios do que vem por aí. As duas empresas se uniram no início deste mês para formar uma gigante da moda, com faturamento estimado em R$ 12 bilhões e 34 marcas sob gestão.

No ano de 2023 ainda ecoaram os reflexos das dificuldades e incertezas decorrentes do período mais crítico de pandemia, combinadas à alta das taxas de juros, resultando em processos de restruturações de negócios e ponderação cuidadosa por parte dos investidores no tocante a ativos de maior risco. Um bom exemplo que retrata este cenário é o caso Americanas (BVMF:AMER3), que impactou tanto no mercado de capitais quanto no de crédito, trazendo novos riscos de investimento, principalmente ao segmento varejista.

O início do ano foi especialmente mais crítico em razão das mudanças governamentais e eventos relacionados à concessão de crédito gerando forte contração no crescimento econômico. No final do ano, foi possível observar uma certa movimentação voltada para a captação de recursos, assim como alguns desinvestimentos – a saída de grandes players do mercado nacional, como as anunciadas vendas da Kopenhagen para a Nestlé e da Amil para José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp (BVMF:QUAL3) e da Qsaúde. Em termos gerais, o volume de operações no mercado de fusões e aquisições global teve o pior resultado registrado desde 2013.

Depois de um ano tão desafiador, no qual o panorama político e econômico registrou uma maior estabilidade, torna-se perceptível a mudança nos indicadores econômicos. Este fenômeno resulta da mitigação de incertezas e da ainda modesta redução da escalada das taxas de juros. Esses indicadores demonstram alguns sinais encorajadores de recuperação, notadamente em virtude da capacidade adaptativa das empresas frente aos novos desafios, impulsionando crescentemente o apetite dos investidores por operações que ostentam níveis mais elevados de risco e, consequentemente, a expectativa de maior rentabilidade.

A perspectiva de uma redução nas taxas de juros em escala global emerge como um fator colaborativo ativo, de maneira significativa na dinâmica da circulação monetária, e, por conseguinte, contribuindo substantivamente para o incremento de investimentos. Dados otimistas indicam uma perspectiva de desaceleração no índice inflacionário norte-americano, acrescido de uma expectativa aguardada de redução nas taxas de juros, prevista para se efetivar já nos compassos iniciais do primeiro trimestre do ano de 2024.

Sob a ótica brasileira, definições tomadas recentemente como a aprovação da reforma tributária, somada a uma modesta recuperação da economia e a queda da taxa Selic – que vem recuando desde agosto e atualmente resulta em 11,25% ao ano com perspectivas de novos cortes nas próximas reuniões do Copom – trouxeram uma expectativa otimista para as operações de M&A em 2024, já que se denota um reaquecimento nas operações com cenários mais favoráveis para empresários, assim como para o desenvolvimento de novos negócios.

Além do tamanho robusto de sua economia – situando-se como a 9ª maior do mundo, conforme dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) -, o mercado brasileiro destaca-se pela disponibilidade de crédito e pela diversidade de segmentos de atuação. Setores específicos, como tecnologia e energia, surgem como fontes de oportunidades excepcionais para investidores que buscam participar ativamente do crescimento econômico do Brasil.

Embora os desafios persistam, as empresas no Brasil têm demonstrado uma marcante resiliência, materializada pela implementação de estratégias inovadoras objetivando não apenas superar as incertezas, mas, sobretudo, no fortalecimento em meio a esse contexto desafiador.

Em resumo, as perspectivas delineadas para o mercado de fusões e aquisições no Brasil ao longo do ano de 2024 transcende a expectativa de mera sobrevivência frente aos desafios, mas que haja uma próspera ascensão. Com indicadores econômicos que se mostram mais favoráveis, oportunidades estratégicas abundantes e empresas adaptáveis, o horizonte para investidores nesse cenário é, sem dúvida, otimista.

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